quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Era dos Remakes

Adianto-me ao grande historiador Eric J. Hobsbawn, autor das obras A Era dos Impérios, A Era das Revoluções e A Era dos Extremos, ao escrever sobre o período histórico que atravessamos: a era dos remakes.

A prática de regravar filmes não é recente, começou nos anos 1960 e 1970 com o intuito de filmar em cores obras originalmente feitas em preto e branco, entretanto, em pouco tempo, começaram a refilmar simplesmente para atualização, releitura e, principalmente, para continuarem gerando recursos aos cofres das produtoras. Entretanto o período cujo início compreende aos anos 1990 e se intensifica nesse início de século XXI extrapola esses objetivos, temos a impressão de que nada no mundo pode acontecer fora dos EUA.

Qual o problema de o Godzilla atacar Tóquio? Por que precisa atacar Nova York? Por que os fantasmas não podem assombrar os japoneses, chineses e tailandeses? Por que crimes inteligentes não podem ser cometidos na Argentina, na Itália, na França ou na Espanha, a não ser que todos os habitantes desses países falem inglês?

É extremamente irritante presenciar o ressurgimento de clássicos do cinema como O Dia Em Que a Terra Parou, King Kong e O Massacre da Serra-Elétrica, e ver que ainda estão preparando novos Rocky Horrors Picture Show e A Hora do Pesadelo, mas ainda mais irritante é saber que futuramente, quando você falar sobre cinema e mencionar O Dia Em Que a Terra Parou, a maioria se lembrará de Keanu Reeves e falarão que o Klatoo original é “muito tosco”, isso caso saibam que existe um Klatoo original. É o mesmo mal que sofrem os amantes da literatura, que ao falarem de Aquiles ouvem um “Eu não gosto muito do Brad Pitt”, ou ao mencionarem John Constatine ouvem “Esse filme é muito louco!”. Dá nos nervos.

Lembro-me que há muitos anos, eu podia conversar tranquilamente sobre O Senhor dos Anéis com meus amigos, mas hoje, sempre que se fala esse nome você ouve “O filme ou o livro?”, exatamente nessa ordem, o filme primeiro, isso quando o livro não é completamente ignorado e o sujeito considera que você esteja falando do filme.

É triste ver que um momento de tanta criatividade e ousadia no cinema seja marcado por tamanha futilidade e comodismo.


Ah! E por que diabos John Constantine se mudou de Londres para Los Angeles? Teriam os demônios virado popstars?

Um comentário:

Anônimo disse...

ontem vi um filme que vale a pena A REDE se não assistiu assista vc fica ligado do começo ao fim é uma boa trama